Esta publicação, apesar de ter o formato de um livro, não é mais que uma compilação das crónicas do jornalista brasileiro a residir em Portugal, de seu nome Paulo Nogueira.
Estas crónicas, foram primeiramente publicadas no jornal O Independente no princípio dos anos 90, ainda na fase de ouro deste jornal.
Mas a minha escolha recai neste livro porque está escrito de forma bem-humorada ( e porque o mesmo só contém 188 páginas..) e inteligente, aproveitando-se dos temas que faziam a actualidade de então, mas que eram descritos sempre de uma outra perspectiva que não a tradicional.
Há sempre um outro lado, que é questionado de uma forma mais ou menos sarcástica, pertinente, mas sempre com um vasto conhecimento sobre o tema.
Mesmo antes de se começar no texto, saltam logo à atenção os títulos, a começar pelo título do próprio livro. Os títulos das diferentes crónicas são trocadilhos muito semelhantes aos títulos utilizados em notícias de O Independente, desafiando-nos, desde logo, a adivinhar o teor dos temas tratados. A título de exemplo, “Mulheres, há dias”, “A violência é um brutalidade” e “ Haverá vida inteligente na cabeça dos intelectuais?”.
Ao se entrar no livro parece que estamos junto do autor numa amena cavaqueira de um só interlocutor onde ele descreve o assunto, antecipa as nossas dúvidas e dá as respostas. Isto porque a pertinência e o humor com que se colocam os assuntos fazem com que nem consigamos entrar em diálogo, pois apenas nos apetece rir às gargalhadas.
Além disso, é capaz de reunir num só livro uma vastidão de frases feitas sempre bem adequadas ao contexto, por exemplo, «Não se deve bater numa mulher nem com uma flor. Estraga a flor.» (Gabriel Timmory).
Resta-me deixar algumas passagens e algumas frases:
«Compara-se frequentemente o casamento a uma lotaria. É um erro crasso pois na lotaria às vezes pode-se ganhar.» (Bernard Shaw)
«Há algo esquisito no ar - e não é apenas o zeppelin serôdio. Nem as micro-granadas dos pombos, que não matam mas desmoralizam imenso, sobretudo os calvos (e pensar que, segundo a tese da moda, os pombos já foram dinossauros. Duvido. Se os dinossauros tivessem a precisão balística dos pombos, jamais se teriam extinguido).» (Paulo Nogueira)
«Tá bem, tá muito bem, mas devemos ou não chorar o leite derramado? Definitivamente não – sobretudo se o leite já estivesse no frigorifico há mais de cinco meses. Moral da história? A única criatura que tem o direito inalienável de estar de trombas é o Dumbo. E só o defunto é que pode fazer cara de enterro. A menos, naturalmente, que ele tenha morrido a rir.» (Paulo Nogueira)
Agora se quer continuar a ter uma leitura bem disposta, resta-lhe ler as restantes páginas deste livro.
Estas crónicas, foram primeiramente publicadas no jornal O Independente no princípio dos anos 90, ainda na fase de ouro deste jornal.
Mas a minha escolha recai neste livro porque está escrito de forma bem-humorada ( e porque o mesmo só contém 188 páginas..) e inteligente, aproveitando-se dos temas que faziam a actualidade de então, mas que eram descritos sempre de uma outra perspectiva que não a tradicional.
Há sempre um outro lado, que é questionado de uma forma mais ou menos sarcástica, pertinente, mas sempre com um vasto conhecimento sobre o tema.
Mesmo antes de se começar no texto, saltam logo à atenção os títulos, a começar pelo título do próprio livro. Os títulos das diferentes crónicas são trocadilhos muito semelhantes aos títulos utilizados em notícias de O Independente, desafiando-nos, desde logo, a adivinhar o teor dos temas tratados. A título de exemplo, “Mulheres, há dias”, “A violência é um brutalidade” e “ Haverá vida inteligente na cabeça dos intelectuais?”.
Ao se entrar no livro parece que estamos junto do autor numa amena cavaqueira de um só interlocutor onde ele descreve o assunto, antecipa as nossas dúvidas e dá as respostas. Isto porque a pertinência e o humor com que se colocam os assuntos fazem com que nem consigamos entrar em diálogo, pois apenas nos apetece rir às gargalhadas.
Além disso, é capaz de reunir num só livro uma vastidão de frases feitas sempre bem adequadas ao contexto, por exemplo, «Não se deve bater numa mulher nem com uma flor. Estraga a flor.» (Gabriel Timmory).
Resta-me deixar algumas passagens e algumas frases:
«Compara-se frequentemente o casamento a uma lotaria. É um erro crasso pois na lotaria às vezes pode-se ganhar.» (Bernard Shaw)
«Há algo esquisito no ar - e não é apenas o zeppelin serôdio. Nem as micro-granadas dos pombos, que não matam mas desmoralizam imenso, sobretudo os calvos (e pensar que, segundo a tese da moda, os pombos já foram dinossauros. Duvido. Se os dinossauros tivessem a precisão balística dos pombos, jamais se teriam extinguido).» (Paulo Nogueira)
«Tá bem, tá muito bem, mas devemos ou não chorar o leite derramado? Definitivamente não – sobretudo se o leite já estivesse no frigorifico há mais de cinco meses. Moral da história? A única criatura que tem o direito inalienável de estar de trombas é o Dumbo. E só o defunto é que pode fazer cara de enterro. A menos, naturalmente, que ele tenha morrido a rir.» (Paulo Nogueira)
Agora se quer continuar a ter uma leitura bem disposta, resta-lhe ler as restantes páginas deste livro.