Monday, September 24, 2007

As oportunidades de uma recessão


Portugal atravessa uma crise económica. Por um lado as empresas tentam reduzir os seus custos cortando nos investimentos, porque, internamente, assiste-se a uma redução no consumo geral, devido à diminuição do poder de compra da população da classe média. Por outro lado, em alguns sectores, as exportações são reforçadas, pois é necessário encontrar mercados onde o ciclo económico seja mais favorável.

Contudo, a actuação do marketing em tempos de crise deve ser activa, e não reactiva.
Em situações adversas, como numa recessão, as dificuldades de implementação das ferramentas do marketing com qualidade, apresentam maiores níveis de dificuldade, mas a procura tem de ser constante, no sentido de trazer mais valias para a empresa.

Por definição, a recessão é o acto ou efeito de retroceder, de se afastar, ou período de queda nas actividades económicas.

Mas é preciso enfrentar as situações menos favoráveis, e para isso urge confrontar possíveis cenários para que as empresas possam ultrapassar esta fase.

Por vezes, é preciso redireccionar as estratégias e, por exemplo, investir no lançamento de novos produtos, mais económicos, que permitam a penetração em mercados de preços mais baixos e/ou produtos de gamas inferiores. Neste tipo de mercado, encontra-se um grande leque de consumidores que valorizam, essencialmente, o custo do produto, e que, mediante uma redução dos seus recursos, passam muito rapidamente do consumo de produtos de valor mais alto, para os mais acessíveis. Esta opção não está apenas associada a fases de recessão, como também poderá constituir uma ferramenta para combater outras vicissitudes do mercado como seja, por exemplo, a proliferação das “marcas brancas”.

Outra possível alternativa é recorrer a uma redução no preço de produtos já existentes, com o objectivo de tornar a sua aquisição mais atraente. Esta opção está associada a um risco elevado, e tem de ser bem ponderada e bem aplicada, de modo a que o posicionamento da própria marca não seja colocado em causa. Poderá, por exemplo, renegociar preços com os seus fornecedores, mediante escalonamento de quantidades, ou reduzir os seus custos fixos, através da optimização dos processos internos e recursos humanos. No entanto, deverá sempre existir o cuidado de realizar simulações prévias a nível de preço de custo/baixa de preço, de modo a não colocar em causa toda a sua actividade nem reduzir os seus ganhos a níveis perigosos.

Outra estratégica a ser ponderada em épocas de crise, é o reforço no investimento em comunicação e promoção. Assim reforçamos a possibilidade do nosso produto atingir bons níveis de rotação, e ao mesmo tempo de ser mais recordado/presente junto da mente do consumidor (comunicação), mais apetecível (promoção) e mais consumido que os concorrentes. Poder-se-ão obter vantagens competitivas frente aos seus concorrentes.

Se observarmos a história da humanidade, foi sempre nos momentos mais difíceis que algumas empresas surpreenderam, e enveredaram por caminhos diferentes, gerando lucro e se posicionando como líderes.

É altura de rever as estratégias, o mercado, o portfólio, o orçamento e os clientes, pois é necessário de adaptar ao novo ciclo económico, antes de seja tarde demais.